domingo, 6 de julho de 2008

poemas dispersos

viu-se de relâmpago e era negra
e como se uma chave fosse
uma chave foi
abrindo a porta do grande
palácio das buganvílias e dos loendros
lá dentro
sobre um pavimento de mosaicos
brancos e negros
duas colunas
suportavam sem esforço um globo celeste
e outro terrestre
duas esferas romãs
abertas e expostas à sua multitude
era uma espada de ferro quente
ondulada
: flamejante – a invocadora de todos os sortilégios
entre colunas –
onde reinava o silêncio
,soprou o verbo: «eis a minha espada, aqui
não haverá espaço para a defesa porque
não haverá espaço para o ataque»

nisto uma bicéfala águia branca pousou
sobre a coroa do trono
e no tecto do palácio se escreveu
num ouro muito azul: «ordo ab chao»

segunda-feira, 30 de junho de 2008

poemas dispersos

pelas ruas caminham ainda
Gaivotas
e outros animais de nome desconhecidos:
¿gente perdida? –
numa montra um vestido Branco
perfeito – luminoso

pelas ruas caminham ainda
Flores
silvestres odores ignorados
jardins sem rosto
lagos sem rosto
paisagens distorcidas

pelas ruas caminha ainda
um vestido Branco
perfeito – luminoso

sábado, 28 de junho de 2008

poemas dispersos

um dia – se me tornar mesmo
peregrino – encontrarei as tuas pegadas
junto ao rio que escolheste
e aí ficarei a contemplá-las
parado
ouvindo as águas
respirando o oxigénio das ár
vores gigantes
:os corvos